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Apoio e Ajuda

Passei o dia pensando sobre o que eu poderia escrever e então lembrei do sonho que tive nesta noite e encontrei o tema! Postei um texto mais curto no Instagram (se vc ainda não me segue, faça isso agora: @colorindomundoazul)


No sonho, basicamente, eu falava com uma pessoa que ela me oferecia ajuda mas não me ajudava efetivamente, pois quando eu precisava, ela nunca podia ou então, só me criticava. Acordei pensando bastante nisso mas ao longo do dia, essa imagem foi se dissipando. Mas enquanto eu pensava sobre o que gostaria de escrever hoje, lembrei imediatamente do sonho e sabia que precisava ser isso. Pensei em que tipo de imagem ilustraria meu pensamento e cheguei nessa montagem que fiz acima.


Ajudar, pra mim, tem um sentido prático, físico: é uma pessoa tropeçar e cair no chão e você estender a mão pra ajuda-la a se levantar. É uma pessoa estar em uma reunião de trabalho, se atrasar para pegar os filhos na escola, e você se prontificar a busca-los. A ajuda prática tem todo valor, em momentos de imprevisto, principalmente, podem salvar alguém de alguma situação mais grave (bate na madeira rs)


Mas apoiar é bem diferente disso. A ajuda prática faz parte desse apoio, mas pra mim, apoio significa sentimento, empatia, compaixão. É você se colocar no lugar do outro e tentar se sentir como o outro se sente, tentar pensar como o outro, tentar agir como o outro agiria. É dar um abraço em uma pessoa que sofre um dilema pessoal, é oferecer um ombro amigo para o outro desabafar, mesmo que seja em silêncio. É saber ouvir sem retrucar, sem colocar nenhum "porém" durante a história, sem oferecer exemplos de outras pessoas e nem sugestões. É simplesmente saber ouvir e entender que o outro precisa somente disso: ser ouvido com carinho, sem julgamento.


Nós, mães de autistas, sofremos com julgamentos alheios o tempo todo, até de nós mesmas, não é mesmo? Que mãe nunca se culpou por algo e que pode ter "deixado o filho autista"? Que mãe nunca se culpou por não ter procurado tratamento antes? Que mãe nunca se culpou por nada nesse mundo? Temos de lidar com a pressão da sociedade cruel e que não aceita que o autismo existe, compromete muitas crianças (sem falar nos adultos) no mundo todo e que são taxadas de mimadas e sem educação. Temos de lidar com a pressão de familiares que ou não aceitam o diagnóstico, ou acham que a criança não precisa de terapia, ou que acham que precisa de mais terapia, ou que precisa mudar de terapeuta... Temos de lidar com as diferenças entre o nosso filho e o filho do vizinho, do filho da amiga da prima do tio, sobre o quanto são inteligentes, desmerecendo os nossos, só por serem autistas. Temos de lidar com pessoas que só de respirar, vão nos encher de perguntas, por medo de ter um filho autista também... É muita coisa, minha gente! E o que nós menos precisamos, é de julgamento ou de opiniões infundadas!


Pode ser difícil se manter imparcial. Pode ser difícil se informar com propriedade sobre o assunto, já que ele ainda não foi descoberto totalmente nem pela medicina ainda. Mas é fácil ajudar: ofereça seus ouvidos para aquela mãe desabafar. Ofereça seus ombros para aquele pai se apoiar e descansar um pouco da jornada pesada. Ofereça seu melhor abraço para aquele momento mais difícil que aquelas pessoas estiverem passando. Não retruque o que ouvir, apenas ouça. Se alguém precisa desabafar com você e você não for um terapeuta profissional, ofereça seu mais puro e sincero silêncio. Empreste seus ouvidos apenas. Hoje é o dia do outro, mas amanhã pode ser o seu.

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