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O autismo e suas comorbidades

Dezembro chega e é inevitável fazermos um balanço do ano que está terminando, né? Duvido que exista alguma pessoa que não faça isso rsrs Acho que dezembro simboliza o fim de um ciclo e cada um acaba refletindo o que passou durante os 365 dias que viveu e pensando se houve mais perdas ou ganhos, mais momentos felizes ou tristes, acho que é parte de todo ser humano rsrs


Aqui terminamos o ano com saldo mais positivo do que negativo. Houveram momentos difíceis? Sim, inúmeros! Quem não teve? Passamos por crises nervosas, birras, choros incontroláveis, irritação e até agressividade. Mas por que pensar só nesse lado? E todos os ganhos que o Matheus apresentou? E o aprendizado escolar todo que ele reteve? E o ganho de repertório verbal e interação social que estão chegando? Isso não tem preço. E não tem nenhum acontecimento que tenha sido ruim, que apague isso. Nenhum! Claro que a caminhada ainda é muito longa, estamos longe do ideal, mas não tenho pressa. Já tive, mas aprendi que não se pode apertar o passo quando se lida com algo que não está ao nosso alcance e não depende só de uma pessoa. O tratamento do espectro autista é multidisciplinar e cada um, na sua individualidade, vai ter o tratamento mais adequado para o que necessita, não há como generalizar. As vezes, um lado vai se desenvolver melhor do que outro e não tem nada de errado nisso. Seria o mundo perfeito se tudo caminhasse junto, de forma equivalente, mas na prática, não acontece. E tudo bem!


Nós encontramos um anjo em nosso caminho neste ano. Esse anjo responde pelo nome MÁRCIA. Ela acompanha o Matheus na escola desde abril deste ano e foi uma parceria que deu mais do que certo. O afeto que eles desenvolveram um pelo outro é lindo de ver. Tanto de eu chegar para buscá-lo na escola e ele correr até ela, a abraçar e chorar dizendo "Márcia, Márcia!", num sofrimento por aquela separação. Claro que tanto vínculo as vezes, acaba atrapalhando e ele se aproveita. Teve seus momentos de crise intensa, inclusive nos últimos dias de aula na semana passada, mas que apesar de poder abalar o ambiente no momento, nunca apagou o carinho e o vínculo entre eles.


E diante dessa última crise (a pior de todas, eu diria), uma suspeita: TOD (TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR). Eu confesso que já pensei nisso várias vezes e receber uma notícia dessa, nessa altura do ano, não me assustou. Somente me preocupei em saber se deveria trata-lo de forma diferente para amenizar essas crises. Hoje tivemos consulta com a psiquiatra e ela disse que não tem como fazer um diagnóstico separado do autismo, já que ele pode vir com muitas outras comorbidades e o TOD é uma delas. Ela explicou que vai muito do comportamento e de aprender a lidar com ele (é a nossa luta diária) e o tratamento medicamentoso é com um tipo de medicamento que ele já toma. Ela incluiu mais uma medicação para vermos como ele fica, ou então temos a opção de mudar o que ele toma há alguns anos. Vamos observar e torcer pra ele ficar bem!


Para fechar este post: repito que a luta de uma família com uma criança autista é diária e nenhum dia é igual ao outro. Até um simples resfriado (como o Matheus está), pode tirar totalmente a criança do eixo, pois sai da rotina que ela está acostumada. Conforme vou aprendendo mais sobre o autismo e mais sobre ele, eu vou entendendo melhor algumas reações e junto, lidando de forma diferente com tudo. Tem dias que a paciência passa longe e eu grito e dou bronca mesmo, dá pra diferenciar uma crise de uma birra pura. O difícil é não ligar pra essas birras pra não reforçar mais (fundamento do ABA), então vivemos altos e baixos diários. Mas os altos e os ganhos sempre falam mais alto (sendo bem redundante rsrs) e sempre serão assim! No que depender de mim, sempre farei meu melhor para ele viver a vida da melhor forma possível, dentro das possibilidades dele, não das minhas! Também aprendi isso, não dá pra criar expectativas demais. Ele tem o tempo dele e isso precisa ser respeitado para que ele avance sempre. E com certeza avançará.










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