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(Des)Romantizando o Autismo

Aproveitando o feriado e algumas coisas que li, me inspirei para vir escrever. Não me levem a mal os mais radicais, mas esse texto PRECISAVA ser escrito.


É muito errado romantizar a ideia do autismo como sendo "um ser especial" que veio para "uma mãe ainda mais especial". Já devo ter dito isso algumas várias vezes, mas ter um filho autista, não me torna mais especial do que nenhuma outra mãe. E nem menos especial também. Quem vive as inúmeras situações com alguma pessoa autista é quem sabe o que estou dizendo: há dias tranquilos, outros mais ou menos e outros de muito perrengue, chegando a ter agressão ou contenção física. É cruel e triste dizer isso, mas acontece e é muito sofrido para todos que estão dentro da situação.


Eu também não gosto de nomear graus de autismo. "Ah mas ele tem contato visual, então ele deve ser bem leve, né?" ou "Mas não parece! Tem certeza que ele é autista mesmo?" PARA, GENTE! Uma criança ser autista não é sinônimo de sentença de morte!! Também não é sinal de lugar garantido direto no céu, virando anjinho com auréola e tocando harpa por toda a eternidade! Ter um filho já é uma maratona e um desafio diário, quem tem filho, sabe do que estou falando. Ter um filho autista é a mesma coisa, porém com uma pitadinha a mais de desafios e tarefas. É trabalhoso, cansativo, exaustivo, mas lidando da maneira que eles precisam, o aprendizado acontece dentro dos limites de cada um e essa é a maior recompensa! Não dá pra dizer que todos os dias são ruins e nem que todos são bons Isso não existe para ninguém, por que existiria a perfeição com os autistas? E o que tem de mal desabafar quando tiver um dia ruim e expor as dificuldades que passamos diariamente? É NORMAL!! SOMOS TODOS SERES HUMANOS EM APRENDIZADO E CONSTANTE EVOLUÇÃO!


Falar da parte ruim não é um desserviço e nem vitimização. É ser realista e mostrar que temos de ser fortes a maior parte do tempo sim, mas que os dias ruins acontecem e temos o direito de nos sentir tristes ou irritados também. Há quem tenha outra visão disso tudo e essa é a minha. Respeito todo mundo e hoje, com o passar dos anos, fui aprendendo a não reclamar tanto. Nunca questionei a Deus o motivo de eu ter um filho autista, mas sempre peço orientação para poder fazer o melhor. Se eu tenho um filho autista é por algum motivo que não me cabe entender agora, mas tenho a obrigação de cuidar dele da melhor forma que eu puder, assim como meu outro filho e como qualquer mãe e pai tem de cuidar de seus filhos. Eu tenho a plena consciência de que meu filho nunca será igual a uma criança de desenvolvimento típico e nem quero isso. Eu quero que ele seja o Matheus, com todas suas características e potencialidades e que seja respeitado e tratado com igualdade.


Sinceramente eu espero que o mundo se torne um mundo mais igual e mais respeitador das diferenças, sejam elas quais forem, desde a cor da pele até o time de futebol. Se eu quero ser tratada com respeito, tenho o dever de tratar a todos com respeito. Se eu não for tratada com respeito, ainda tenho o dever de permanecer respeitando a todos. É o mínimo que posso fazer e oferecer de exemplo aos meus filhos e a quem ainda não aprendeu o verdadeiro sentido da vida: amar ao próximo como a si mesmo.







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