Desabafando
O post de hoje é só um desabafo, um registro pra eu tentar colocar a cabeça em ordem e respirar normalmente e novamente.
Eu já disse várias vezes e sempre repito que não tem nada de especial em ter um filho com necessidades especiais. Não digo só autista pois imagino que muitas outras mães, com filhos com desordens das mais variadas, devam se sentir exaustas em determinados momentos. E também digo que não tem nada demais nisso, afinal, somos seres humanos, não é?
Tive uma semana bem complicada. Estou cansada, exausta, esgotada, mentalmente e fisicamente. Eu costumo dizer que o cansaço físico é tratado com o descanso do corpo, ao dormirmos. Mas o cansaço mental, não tem como desligar e com ele, vem o cansaço físico e juntando tudo, chega um dia em que desabamos. É como eu estou nesta semana. A cabeça não para de pensar, vários assuntos ao mesmo tempo, preocupações, dúvidas, incertezas, raiva, choro, alegria, tudo junto e misturado. O corpo não consegue repousar porque a mente não para de trabalhar e é um trabalho silencioso e que a maioria das pessoas ao nosso redor, não percebe. E é isso que acaba doendo mais.
Acho que pela primeira vez em todos esses anos, eu ouvi palavras que descrevem perfeitamente o que eu sinto e o que eu vivo. Pais com filhos de desenvolvimento atípico, são pais cansados, nervosos, estressados e que precisam de apoio. A terapia dos filhos dependem exclusivamente deles, com supervisão e orientação profissional e claro, com o apoio da família, amigos e pessoas próximas. É cansativo, é exaustivo, tem dias em que dá vontade de largar tudo e não lutar por mais nada, mas de pensar no potencial do meu filho, eu respiro fundo, mesmo estando extremamente esgotada. E a maior parte dessa carga emocional toda, fica para a mãe, eu arriscaria a dizer que em quase 100% dos casos. Essa mãe PRECISA ser compreendida, precisa de auxílio e não de julgamento, precisa de um tempo para respirar outros ares e sair do universo das terapias, rotina e tudo mais. Acontece que a gente fica meio se sentindo culpada por isso, mas precisamos aprender a nos desprender para renovar as energias e ganhar fôlego para continuar.
Todo apoio é importante. Precisamos ouvir palavras positivas, pra nos impulsionar pra frente, pra ver que há uma luz no fim do túnel, quando ela parece se apagar. Precisamos de alguém que se prontifique a assumir o controle quando perdemos o nosso. Precisamos nos sentir protegidas, amparadas quando nos sentimos a pior das mães do mundo. Precisamos saber que temos com quem contar quando precisarmos nos ausentar. Precisamos saber que não precisamos nos sentir culpadas quando some a vontade de estar ali e ajudar momentaneamente. Precisamos saber que é normal nos sentirmos esgotadas e ter alguém nos estendendo a mão para que possamos recarregar a bateria pra prosseguir.
Estou sendo repetitiva, mas ainda não estou conseguindo coordenar bem meus pensamentos e sentimentos. Só sei que eu precisava escrever pra não explodir. Estou aprendendo a filtrar meus pensamentos e minhas palavras, a não explodir e tentar procurar o melhor momento para falar ou agir. Mas ficar guardando tudo não faz bem, por isso escrever ajuda muito e estou aqui. Espero que depois disto, as coisas melhorem por aqui e que este domingo termine de forma diferente para também iniciarmos a próxima semana com mais positividade e ânimo!