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Tratamento Multidisciplinar

Sentei na frente do pc para escrever e inicialmente, ia falar sobre medicar ou não medicar. Já tinha escrito boas linhas, mas decidi apagar tudo e mudar o assunto rsrs


Não conheço a fundo as outras doenças, síndromes, distúrbios ou como queiram chamar outras diferenças no desenvolvimento dos nossos pequenos, como por exemplo, hiperatividade, déficit de atenção, dislexia, etc. Eu conheço o autismo pois convivo de perto com ele, e é sobre ele que vou falar, mas creio que em todos esses outros casos, o tratamento também precise ser multidisciplinar. Num outro momento, posso contar sobre cada uma das terapias que ele faz, mas agora vou resumir tudo o que ele precisa e faz.


1. PSICOLOGIA

O autismo é ainda um "mistério", pois ainda não se tem certeza do que faz com que ele se desenvolva ou apareça. Antigamente se dizia que era falta de vínculo entre a mãe e o bebê, e criava-se uma lacuna no desenvolvimento emocional e o bebê se tornava autista. Hoje já se descarta essa bobagem e sabe-se que é um problema no desenvolvimento cognitivo e sensorial. O que é isso? Pode haver alguma deficiência mental ou então alto funcionamento (alto QI), os autistas tem dificuldade em entender e falar gírias, eles são totalmente literais. E desenvolvimento sensorial é uma dificuldade com alguns tipos de texturas, cheiros, sons, gostos... A maioria não suporta ambientes muito barulhentos, com muitas pessoas, muita luz, cheiros fortes. Aqui, temos um mocinho que se incomoda com a falação e agitação do irmãozinho e tende a se isolar, mas estando numa festa infantil, cheia de crianças barulhentas, música alta, luz piscando, ele se comporta como uma criança qualquer: pulando, brincando, rindo e se divertindo!

O tratamento psicológico é importante para tentar estabelecer um vínculo maior entre o autista e as pessoas, ou como gostam de dizer, para ele se conectar ao mundo em que vive. O autista tende ao isolamento e a terapia psicológica pode ajudar muito nesse quesito. Não vou falar sobre a terapia em si, deixo isso pra um post futuro, mas ele esteve com a mesma terapeuta dos 3 anos até julho deste ano, com 8 anos, e então precisamos mudar "por motivos de força maior".


2. FONOAUDIOLOGIA

A maioria dos autistas tem dificuldade na fala, como é o caso do mocinho aqui. Esse profissional pode identificar onde é a falha verbal e trabalhar com isso. O Matheus não falava NADA até os 3 anos, apenas balbuciava algumas sílabas de algumas palavras e na maioria das vezes, era a última sílaba. Eu ficava super feliz e achava que ele era preguiçoso mesmo, assim como foi pra ficar em pé sozinho, sentar, engatinhar e tudo, mas não, era um atraso mesmo. Tanto a psicóloga como a primeira fono, ajudaram bastante ele a começar a falar, mas ele melhorou mesmo, depois que começou intervenção com o neuro e com a fono atual e psicóloga atual.


3. NEUROPEDIATRIA

O neuropediatra é quem vai fornecer o diagnóstico pra família, sobre a criança. Somente um médico, com CRM é quem pode emitir laudo com diagnóstico. O psicólogo pode gerar relatório, ele também tem a sua formação e tem essa capacidade de analisar, mas para efeitos de convênio médico, direitos pessoais, somente serve o CRM. Esse profissional também é capacitado a acompanhar a vida escolar da criança e prescrever medicações, quando necessário. Eu relutei muito em medicar o Matheus, mas vimos que foi uma boa decisão.


4. PSIQUIATRIA INFANTIL

Pode ser esse profissional que acompanha a criança, ao invés do neuro. Fica a cargo de cada família decidir. Penso que ainda deva existir um pouco de preconceito com esse profissional, com o pensamento de que é "médico de louco". Autistas não são loucos, mas precisam de ajuda médica nas suas particularidades e para promover o seu desenvolvimento! O Matheus começou "firme" com um neuro, no fim de 2014 e permanecemos com ele até fevereiro/16. Mas as doses dos medicamentos dele não estavam dando certo, então por indicação da nossa fono, procuramos a psiquiatra que estamos atualmente e tudo entrou nos eixos, graças a Deus!


5. TERAPIA OCUPACIONAL

Essa terapia ajuda a organizar atividades do dia a dia da criança, como por exemplo, aprender a se vestir, se calçar, desenvolver o movimento de coordenação motora mais fina, como movimento de pinça para poder segurar um lápis, como foi o caso do Matheus. Por motivos financeiros, precisamos parar com essa terapia, mas foi muito válida para ele e para nós. Ela também trabalha essa questão sensorial, de texturas, sons, movimentos, etc.


Ufa! Esse é o meu universo e creio que de muitas famílias que tem uma criança autista! É fácil? Não. Mas também não é tão difícil quanto parece. É trabalhoso, exige bastante dedicação e paciência, que muitas vezes falta! Mas como eu costumo dizer, ainda bem que existe uma noite entre cada dois dias, para podermos refletir, descansar e continuar seguindo em frente! E como eu também sempre digo, cada caso é um caso e muitas crianças podem não precisar de algumas coisas que eu citei acima, como outras podem precisar de mais coisas que eu posso não ter citado. Eu conheço o meu filho e tento passar informações que eu tenho conhecimento para tentar ajudar, mas isso não significa nem de longe, que é o padrão pra ninguém, certo? ;)


Deixo aqui, fotinhos da festinha que fomos ontem, comprovando que autista se diverte SIM, que criança autista é criança como qualquer uma no mundo! :)



Foto tremida, mas assim que dá pra ter noção da diversão!

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